sábado, dezembro 17, 2005

sábado, novembro 19, 2005

sexta-feira, novembro 18, 2005

tear mecânico (Manteigas)

quinta-feira, novembro 17, 2005


Recordação cá da terra ao meu amigo Adriano

quarta-feira, novembro 09, 2005



António Duarte e António Coimbra - Olaria "Feitiço da Púcara"

segunda-feira, outubro 31, 2005


António Marques "Olaria Moderna"

Cerâmica negra de Molelos

Obras de sete olarias de cerâmica negra de Molelos (Tondela) vão ser apresentadas em exposição/venda no Hotel da Urgeiriça, em Novembro nos dias 11, 12 e 13, em Dezembro de 23 a 25 e de 29 a 31.
O espaço galeria da unidade hoteleira abre portas à apresentação da produção recente de 10 oleiros sedeados num lugar onde sempre se falou do “barro negro”.
A escolha das peças entre as sete olarias procura enfatizar a vertente tradicional através de uma recolha de objectos que chegaram até a actualidade (Cantarinha dos Segredos, Púcara dos Feitiços, entre outras), bem como as novas abordagens que vão desde a reinvenção destas formas até a uma linha mais experimental.
A cerâmica negra de Molelos inscreve-se numa tradição, de que se desconhecem todos os elos da cadeia. Foram encontrados vasos fúnebres de olaria negra, que remontam à Idade do Bronze, na Necrópole de Paranho (sítio das Relvinhas-Molelos). Por outro lado, a existência de barro em Molelinhos (freguesia de Molelos), que ainda hoje é utilizado pelos oleiros, reforça a ideia de uma cadeia de produção que se manteve até actualidade.
Molelos sempre foi reconhecido pela sua cerâmica negra, uma actividade que se perde na história e se perpetua nos seus habitantes que continuam a dar voz a objectos e formas que fazem parte do imaginário português.
Esta iniciativa passa ainda por uma extensão ao Hotel Solneve na Covilhã (uma unidade bem no centro da cidade) onde estarão colocadas, na vitrina, peças à venda.
A exposição é produzida por Luís Chaves e Marta Amaro com o apoio da Junta de Freguesia de Molelos e do Hotel da Urgeiriça.
Participantes:
António Marques (Olaria Moderna), Fernanda Marques (Olaria Tradição), Graciano Coimbra (Olaria Artesanal), Gilberto Silva (Olaria Tradição Mais), Luís Carlos Lourosa e José Manuel Lourosa (Artantiga), Xana Monteiro e Carlos Lima (Barraca dos Oleiros)

sexta-feira, outubro 28, 2005

"O jornalista Manso Preto foi absolvido, por acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa de 26 de Outubro, do crime de desobediência ao tribunal a que havia sido condenado a 10 de Dezembro do ano passado, por se recusar a violar o sigilo profissional". (...) "mesmo depois de ter sido condenado em primeira instância a 11 meses de prisão, com pena suspensa por três anos", manteve-se firme.
http://www.jornalistas.online.pt/noticia.asp?id=3964&idCanal=3

sexta-feira, outubro 14, 2005










canon




sexta-feira, outubro 07, 2005

Fiat Lux

No Doc Lisboa:
"Fiat Lux" de Luís Alves de Matos, 16’
"Num lugar perto de Tondela, uma pequena comunidade esperou 25 anos pela instalação da luz eléctrica. E cinco anos mais tarde a luz chegou".
Domingo, 16, 21h00, Grande Auditório da Culturgest

quinta-feira, outubro 06, 2005

Contrato? Alguém assinou!?
O museu municipal Bordalo Pinheiro reabriu com uma galeria de exposições temporárias, no ano em que se comemora o centenário da morte do ilustre artista nacional. A oportuna inauguração da obra, que contou com todo o elenco camarário, apresenta uma exposição de artistas contemporâneos portugueses.
"Tendo como pretexto a celebração nacional de Rafael Bordalo Pinheiro, no ano do seu centenário, a exposição propõe-se pensar o humor e a arte como instrumentos necessários à implementação de qualquer "Contrato Social" em democracia, através da definição do papel crítico e social do humor e das modalidades de relacionamento que se estabelecem entre as suas estratégias e as linguagens das artes plásticas e visuais contemporâneas", refere o não menos ilustre comissário João Pinharanda.
Vale a pena o passeio até ao Campo Grande, mas cuidado que cadeiras de rodas e carrinhos de bebés não foram lembrados pelo arquitecto, que (coitado!) deve ter mais em que pensar...
Até 8 de Janeiro de 2006.

quarta-feira, setembro 28, 2005


















(outra colagem) Hannah Höch
mail enviado ao...

Ex.mo Sr.
Director do Centro de Arte Moderna da Fundação Gulbenkian

depois de uma visita no mínimo acidentada. sei que algumas instituições têm mudado o modo como os vigilantes actuam, substituindo-os por estudantes, mas há casos de nítido recalcamento castrense...

Venho por este meio dar-lhe conta do modo acidentado como decorreu a visita à exposição de Marcel Broodthaers no passado sábado, dia 24.
Os funcionários encarregues pela vigilância deste espaço, particularmente um deles, batia ruidosamente com os sapatos no chão quase ao ritmo de marcha militar e a sua presença fazia-se notar mais do que propriamente a das obras. Um visitante - cavalheiro à volta dos 45 anos - por momentos deitou-se nos bancos, com os pés no chão entenda-se, na última sala, contemplando as obras e visivelmente sem a intenção de aproveitar para por o sono em dia. O mesmo funcionário prontamente o interpelou pedindo-lhe que não se deitasse ali.
Ainda no decorrer da visita o projector de slides avariou, prontamente ambos acudiram à ocorrência. Sem solução à vista surgiu outro funcionário que me explicou que estava avariado. Perguntei-lhe se não poderia ser substituído, ao que ele me respondeu que não porque os responsáveis por estes equipamentos não trabalham ao fim-de-semana. Para terminar, falta ainda referir que um dos filmes não estava a ser apresentado porque a fita estava partida (há três semanas).
Com intuito de poder contribuir para que as visitas possam ser um pouco menos atribuladas, apresento os melhores cumprimentos:

domingo, setembro 25, 2005


















Thurston Moore

Iraque

Sobre os recentes acontecimentos em Baçorá, o Tribunal de Bruxelas abriu uma página especial no seu site, reunindo vários artigos. Merece ser consultada e divulgada.
http://www.brusselstribunal.org/BritishBombers.htm
Resumo:
"Dois agentes secretos britânicos, disfarçados de árabes, foram presos em Baçorá pela polícia iraquiana. Antes de serem detidos, mataram dois desses polícias e feriram vários civis. Tinham um carro carregado com armas pessoais, explosivos, detonadores de controlo remoto e outros materiais usados em atentados à bomba. O governo iraquiano exigiu a sua libertação, mas o governo local de Baçorá recusou. Então, tropas britânicas em tanques assaltaram e demoliram a esquadra da polícia (onde afinal os agentes já não estavam); 150 presos aproveitaram para fugir. A população atacou os tanques com cocktails molotov e pedras; dois soldados britânicos ficaram feridos e cinco civis iraquianos foram mortos. Sucederam-se manifestações em Baçorá juntando população e polícias.
Vários observadores afirmam que a rebelião contra as tropas britânicas alastra no sul do Iraque. O governo de Tony Blair declarou que uma anunciada redução de tropas está posta de lado.
Sabe-se que os EUA e a GB, e também os serviços secretos israelitas, levam a cabo operações clandestinas que têm como alvos indivíduos isolados e população civil, sobretudo chiitas, visando inculpar a resistência. Com isso, alimentam um clima de caos permanente e divisões entre a população iraquiana que serve de justificação à permanência das suas tropas no Iraque e às operações militares contra as cidades dominadas pela resistência (Najaf, Faluja, Al-Qaim, Tal-Afar...). A resistência tem denunciado os atentados contra civis (por ex, o recente morticínio numa ponte de Bagdad, bombas contra multidões chiitas) como actos dessa guerra suja conduzida pelos ocupantes, sem que a imprensa ocidental lhe dê o devido crédito.
Os acontecimentos de Baçorá são uma prova de que essas denúncias têm fundamento.
Como dizia uma iraquiana presente no Tribunal Mundial sobre o Iraque, em Istambul, "Os iraquianos sabem quando um atentado vem do lado da resistência ou do lado dos ocupantes. A resistência não é estúpida, o seu objectivo é correr com as tropas ocupantes e para isso tem de ter o apoio de toda a população".
Quando voltarem as notícias de novos atentados contra civis, e os meios de comunicação os atribuírem a Al-Zarqaui ou à resistência ou aos sunitas, há que pensar duas vezes sobre quem realmente esteve por trás".
Vista Parcial
"Reúne seis jovens artistas de origem africana, da geração pós-25 de Abril, a iniciar o seu percurso no meio artístico português [Ana Silva, Eugénia Musa, Francisco Vidal, Manuel Santos Maia, Sílvia Moreira, Teodolinda Varela].
Exploram uma paisagem comum que tem como fio condutor a pesquisa sobre as ideias de identidade, alteridade, memória, território e deslocamento.
A exposição propõe uma leitura que escape a rótulos e fronteiras que são tantas vezes associadas a estes temas. Já que a vista parcial criada por cada artista sobre a paisagem em que vive resulta da apropriação de um mesmo território – que nos é comum".
Curadoria Antonia Gaeta, Maria do Mar Fazenda
15 Outubro: Conversa Informal com os Artistas, Curadoras e Convidados
Galeria Municipal Lagar de Azeite
Rua do Aqueduto, Palácio Marquês de Pombal
Instituto Nacional de Administração Oeiras

Até 30 de Outubro; 14h00 - 18h00, encerra às segundas-feiras.

quinta-feira, setembro 01, 2005

















DR
Mandana Moghaddam - Bienal de Veneza 05
(Cubo de cemento colgado de trenzas de cabello de mujer).

quarta-feira, agosto 31, 2005
















DR
Inês Botelho, Galeria Filomena Soares
Até 17 de Setembro

terça-feira, agosto 30, 2005

DR
Yani Mariani Sastranegara_Bienal de Veneza 05

domingo, agosto 28, 2005

sexta-feira, agosto 26, 2005

Sobre Daniel Buren...
Brian O'Doherty relata na obra "Into the White Cube" que Buren, em 1968, lacrou a galeria Apolinaire (Milão) durante toda a exposição colocando faixas de tecido verdes e brancas, verticalmente, sobre a porta de entrada. "As faixas milanesas de Buren fecharam a galeria de um modo muito parecido com que os funcionários de saúde fecham locais infectados. A galeria é vista como sintoma de um corpo social doente. (...)"

Isto é pintura

Joseph Kosuth

quarta-feira, agosto 24, 2005

"Elemento que desaparece / Elemento desaparecido (passado iminente)"
Cildo Meireles, 2002, Ducumenta 11
Em vários pontos de Kassel eram vendidos gelados de água a 1 euro .
Carlos Basualdo, co-curador, escreveu na altura: "Por un lado alude a la inminente y progresiva escasez de agua a escala global, por el otro es una continuación del cuestionamiento de las nociones de valor de uso y valor de cambio, recurrentes en la obra de Meireles"

sexta-feira, agosto 05, 2005

Daniel Buren, DIA Beacon

“Cultura sim, mas nem tanto”

O sugestivo título utilizado numa das edições do jornal dos alunos da Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa é um bom mote para algumas questões. A começar pelo facto de que sem infra-estruturas elementares, desde a rede de saneamento básico à água ao domicílio (de boa qualidade) passando por áreas de lazer como os jardins, a cultura não é uma prioridade. As terras onde estas infra-estruturas elementares são inexistentes ainda são demasiadas.
Talvez esta seja uma péssima altura para falar disto, porque é sabido que em tempo de crise (embora esta não afecte todos de igual modo) é usual cortar nos orçamentos da cultura. Até aqui tudo bem se o objectivo fosse dirigir o investimento para áreas prioritárias como as já referidas. Porém, a ideia com que se fica é que o grosso do investimento é feito faustosamente, para encher a vista e esconder debaixo do tapete o mais incómodo, sobretudo quando se aproximam eleições.
Pude já verificar que gestões de juntas de freguesia que não são da cor partidária do respectivo município são boicotadas em termos de verbas e equipamentos, quando finalmente sobe ao poder uma da mesma cor, aí sim, é ver as obras a avançar em todas as direcções, como quem diz “Estás a ver, estes fazem!”.
A maior parte dos municípios já possuiu um auditório, uma biblioteca com uma sala de exposições e outros equipamentos (alguns até centros culturais) onde apresentam o quê? Imagino a conversa…
- “Agora é que vai ser. Não somos menos do que os outros.
- Mas quem é que vem para cá animar isto?
- Isso logo se vê, podem ser uns gajos de Lisboa...”
Talvez pudessem fazer mais um “festival de música do mundo”, o nome é sonante e o mundo fica lá tão longe… Alguns eventos que utilizam estas designações apresentam uma espécie de fundo de catálogo de editoras, que são tudo menos propostas de conhecimento de outras culturas. São híbridos, que simulam a sua própria cultura.
Apetece recordar a expressão “o particular é universal”.
Não cabe ao Estado definir o que é cultura mas antes apoiar os agentes locais, nacionais, internacionais para esta se realize. Devíamos ter percorrido o caminho inverso ao que foi seguido, ou seja, primeiro desenvolver a qualidade de vida (salários, planeamento urbanístico, emprego, etc.), a partir daqui de certeza que surgiriam mais agentes activos capazes de construir o seu próprio discurso a partir da mundividência.

segunda-feira, agosto 01, 2005












Fizeram-me chegar esta informação, a quem interessar... divirta-se.
Paisagens portáteis
instalação de Luís Castro, a partir de Luís Inocentes e Diana Regal. Som de Nuno Morão
26 de Julho a 07 de Agosto de 2005, das 14h às 22h. Espaço Karnart
"Luís Inocentes propõe-lhe E tanto aqui tão perto, uma série de 20 caixas negras recheadas de micro paisagens e dotadas de um sistema de iluminação autónomo; Diana Regal apresenta-lhe a série de objectos Cocós & Cocôas, integrando materiais naturais, bonecas artesanais e outras conjunções paisagísticas. São estes os materiais para as Paisagens portáteis que Luís Castro instala no espaço Karnart".
Tudo ao molho e muita fé…
O que é que um músico nova-iorquino acompanhado por um trio de luxo (o baixista e o baterista eram membros da Prime Time Band, de Ornette Coleman), têm a ver com uma mexicana de “cabaret” e com um convencional músico de jazz? Se não sabem perguntem ao programador do Festival Músicas do Mundo, de Sines.
Prémio BesPhoto
Os artistas João Maria Gusmão e Pedro Paiva recusaram participar no prémio BesPhoto. Segundo o jornal “Público” alegaram "promiscuidade institucional". Paulo Nozolino também não aceitou o convite. Dizer mais seria “chover no molhado” …

terça-feira, julho 12, 2005

“Mojarte”

Sobre o comprometimento da arte com o quotidiano ou a “realidade”, entre outras questões poder-se-á perguntar como pode um artista fazer uma política de olhar para o lado ou para um si próprio auto-contemplativo, quando à sua volta...
Claro que nada obriga um artista a “politizar” o seu discurso e que certos trabalhos não sendo muito políticos tocam aspectos essenciais. O que quero dizer é que numa Europa em crise, então olhando para o panorama português... talvez haja demasiado pouca politização dos discursos e não deverá ser por falta de motivos. Sintomático.
No final de 2002 entrevistei Rodrigo Garcia, encenador da La Carniceria Teatro (Madrid). Na altura, a companhia estava em residência artística em Montemor-o-Velho (Citemor). Aqui deixo um excerto, que vai ao encontro do que penso sobre o assunto, pena é que não haja um termo tão directo em português como o “mojarte” do castelhano.
“Pergunta – Disse a um jornal português que não pretendia ser didáctico, no entanto, há nas suas obras uma lógica de confrontação da qual não se pode sair indiferente. Afinal, o que pretende?
Resposta- Não é possível dizer o que pretendo numa só resposta. Olhe, não quero ser didáctico, ou seja, explicar que há uma fórmula ou uma boa interpretação de um acontecimento porque, é óbvio, que os acontecimentos têm milhares de interpretações. Mas, contudo, pretendo ser claro, muito claro. O que em Espanha vulgarmente dizemos “mojarte” 1. Quando alguém se “moja” é porque está a expressar a sua opinião sobre um assunto concreto. Na minha obra não há ambiguidades... há zonas de insinuação, mas ainda assim é fácil perceber a minha linha de pensamento. Não é um momento histórico para se ser negociador e sabe porquê? Porque hoje quase ninguém pode viver sem negociar e sem dizer toda a verdade, em nome de “manter o emprego”, “manter a família”, “conseguir ou não perder o apoio institucional”, “não se dar mal com os meios de comunicação”. Muita gente renuncia aos seus ideais e o seu pensamento debilita-se, tornando-se cada vez mais uniforme. Aparece o consenso como ideia de civilização. Para mim, é de desumanização. Civilizar pode ser desumanizar”
.
1 Dizer a verdade custe o que custar. Abrir-se. Mostrar-se. Arriscar-se.

Dennis Openhiem_Drinking structure with exposed kidney pool_98

quinta-feira, junho 30, 2005

Marcel Broodthaers
Na Manifesta, que decorreu no ano passado em San Sebastian, foi apresentada "Bateau Tableau" (1973), de Marcel Broodthaers, na Casa Ciriza (muito parcialmente reproduzida em baixo). No Centro de Arte Moderna da Gulbenkian e na Função de Serralves decorrem neste momento exposições do artista. Aqui fica um texto da Manifesta sobre "Bateau Tableau".
"Qué es arte? Cuál es el papel del artista? Cuál es la fución social de um moseo? Marcel Broodthaers (...) esploró estas fundamentales interrogantes. Em 1968, Broodthaers fundó el Museo de Arte Moderno, Departamento de Águilas aludiendo al "museo como ficción" con el propósito de redefinir las fronteras de los modelos dominantes de representación en el arte y la crítica de aquellos anos. La projection de transparencias titulada "Bateau Tableau", rompe com la icnografia de lo pictórico y simbólico y refleja el interés de este artista por desplazar y dislocar representaciones de carácter realista. Al proyectar una transparencia que captura una tradicional figura pictórica de un barco, Broodthaers acentúa los elementos básicos de un objecto artístico con el propósito hacer visible su materialidad y decodificarla simultáneamente".

Pormenor de " Bateau Tableau"


quarta-feira, junho 29, 2005


M. Kobayashi, Shugoarts (Tóquio)
Um espaço convencional com uma disposição menos convencional. O próprio espaço como campo de intervenção, embora neste caso seja “ao de leve”.
O ambiente nunca é neutro, basta por o pé... As estratégias, arrumação dos espaços expositivos foram-se transformando com a noção de espaço de arte instaurada pelo Museu de Arte Moderna de Nova Iorque na primeira metade do século XX, com o seu espaço de exposição asséptico e atemporal das galerias do museu; passando pelo espaço da galeria enquanto objecto intervencionado (como as intervenções iniciais feitas em galerias por Yves Klein –apresentou uma galeria vazia chamada “Le Vide” (O Vazio, 1958)-, ou Arman com “Le Plein” (O Pleno, 1960) – encheu uma galeria com lixo até ao teto), até ao Musée D'Árt Moderne, Département des Aigles de Marcel Broodthaers, entre outras.
A revista The Wire na newsletter de Julho traz o link www.thewire.co.uk/web/camera.php para "Patti Smith's intimate performance of "My Blakean Year" for a handful ofjournalists at a press conference for this year's Meltdown Festival [Londres]", mas também outras prestações como dos Matmos, MIRROR/DASH (o casal s.y.), ZEENA PARKINS & IKUE MORI, Diamanda Galas...

terça-feira, junho 28, 2005

Recebi estas informações. A quem interessar...

O NOME QUE NO PEITO ESCRITO TINHAS
Comemorações dos 650 Anos da Morte de D.Inês de Castro
Comissário: Alexandre Melo
Pavilhão Centro de Portugal, Coimbra
4 de Julho a 4 de Setembro
Ana Vidigal Catarina Campino Costa Pinheiro Joana Vasconcelos José de Guimarães Pedro Proença Rui Sanches
Pavilhão Centro de Portugal Ínsua dos Bentos, Av da Lousã
Sexta das 10h às 19h / Sáb e Dom 15h às 20h

Adriana Molder João Pedro Vale Julião Sarmento Paula Rego Vasco Araújo
Galeria de Exposições Temporárias do Mosteiro de Alcobaça, Alcobaça. 3 de Setembro a 2 de Outubro. Setembro - Todos os dias das 9h às 19h / Outubro - Todos os dias das 9h às 17h

quinta-feira, junho 23, 2005

Programação cultural, autarquias, associações...

A programação cultural, as artes em geral, não se justificam pela sua simples existência, necessitam da validação de um processo de comunicação efectivo, de emissor para receptor em que a mensagem deve ser tornada o mais legível possível, proporcionando qualidade à experiência. Não deve ficar pela auto-referencialidade guardada pelos seus devotos guardiães. Mas também não deve ceder à tentação de validar a sua qualidade pela afluência de público. Uma boa programação não tem necessariamente uma frequência alta. Os exemplos disso mesmo são mais do que muitos.
Verifica-se frequentemente, em particular nas autarquias, que o dinheiro gasto em pretensa programação cultural acaba por ser despesa com entretenimento (dos concertos pop-rock de artistas internacionais a brejeiros locais), com experiências efémeras que aquecem no momento mas não sedimentam. Acontece também que as poucas instituições culturais, fora dos grandes centros, colocam-se frequentemente num papel de intocáveis, porque são os únicos lá na terra e se não fossem eles era um “Ai Jesus!”. Não discutindo a importância do seu papel estruturante já discordo totalmente do unanimismo, muitas vezes reinante, em termos da programação que apresentam. Não é por serem os únicos e terem um papel importante, que estão justificados em termos da qualidade das vivências que proporcionam, devem ser questionados, pelos jornais, pelos interessados; deveriam sujeitar-se a uma discussão que lhes permitisse renovarem-se por dentro. Mas parece que nesta história, frequentemente, uns apanham boleia dos outros, acabando por se encontrarem à hora certa no mesmo local.
Robert Smithson

A divisão do sensível

A arte é elitista. Inscreve-se na ordem do supérfluo na pirâmide das necessidades. Mas, atingindo patamares de bem-estar material não quer dizer que se atinjam de igual modo patamares culturais. Assim, não há uma correspondência reflexiva entre bem-estar material e “competências” culturais.
O espaço das artes é um espaço comum que se inscreve na “divisão do sensível” de que fala Jacques Rancière. «A divisão do sensível mostra quem pode tomar parte no comum em função do que faz, do tempo e do espaço em que exerce a sua actividade. Assim, ter esta ou aquela ocupação define as competências ou incompetências relativamente ao comum. Isto define o facto de se ser ou não visível num espaço comum…»[1]
Não é, certamente, de igual modo importante para todos ver um quadro do Picasso, embora quem tenha visto, talvez possa ficar com a impressão de que seria importante muitos verem. Claro que a situação familiar, a escola, os amigos, o lugar onde se nasceu podem dotar precocemente o individuo com a aptidão para tornar a arte uma necessidade não supérflua e inteligível. Platão apontava as artes como meios indispensáveis para a educação do carácter, susceptíveis de tornarem os Homens melhores e mais virtuosos.
[1] Jacques Rancière, "Le partage du sensible. Estétique e Politique", La Fabrique-Éditions. Paris, 2000, p. 13

quarta-feira, junho 22, 2005


Santo António, São João, São Pedro e todos os santos

Milho trangénico em solo português aguarda aprovação do PR

- A Comissão Europeia autorizou, em Setembro de 2004, o cultivo de 17 variedades de milho transgénico em toda a União Europeia, cedendo, com isto, às fortes pressões das multinacionais que detêm o monopólio sobre essas patentes;

- Países como a Áustria, a Polónia e a Hungria optaram por impor moratórias para proteger a sua agricultura e a sua biodiversidade da contaminação por transgenes, enquanto que a Itália conseguiu adiar o cultivo de milho geneticamente modificado por, pelo menos, mais um ano. Outros países, como é o caso da Alemanha, elaboraram uma legislação tão restritiva que, na prática, o cultivo de transgénicos se tornou impraticável;

- Mais de 100 regiões europeias declararam-se, já, Zonas Livres de Transgénicos, o mesmo tendo ocorrido em mais de 3500 áreas sub-regionais, incluindo concelhos (na França, Reino Unido e Portugal);

- Entretanto, à margem de qualquer auscultação e debate público, o actual Governo, tendo como base um projecto de diploma muito mal redigido ainda pelo seu antecessor, aprovou recentemente legislação sobre a Coexistência de Culturas, encontrando-se esta actualmente para aprovação na Presidência da República.

Na nossa opinião o Diploma sobre a Coexistência não deve ser promulgado !!!
É URGENTE:
* fixar uma moratória ao cultivo de OGMs em Portugal;
* promover de forma alargada o debate e informação sobre os OGMs junto dos agricultores e consumidores em geral;
* responder à questão se Portugal quer ser País Livre de Transgénicos ou, se não, quais as Zonas Livres de Transgénicos a fixar em Portugal;
* e, se for essa a decisão, elaborar com a participação de todos uma legislação exigente e com bases científicas sobre a coexistência.
in Convocatoria da PLATAFORMA TRANSGÉNICOS FORA DO PRATO
ATTAC, AGROBIO, CNA, FAPAS, GAIA, GEOTA, LPN, QUERCUS, SALVA

Robert Smithson (Land Art, DIA Beacon)

quarta-feira, junho 01, 2005

“está claro que la forma de ser de la modernidad es un estado de modernización incesante, compulsiva y obsesiva (y así de perpetua destrucción creativa, de producción de ambivalencia, y de impulso organizativo, de disipación de la estructura, y de una adicción estructural) y la posmodernidad es una condición bajo la cual logramos entenderlo y modificamos nuestras estrategias de vida de acuerdo a esto.”[4].
“Os valores, os artefactos culturais e os universos simbólicos que se globalizaram são ocidentais e, muitas vezes, especificamente norte-americanos, sejam eles o individualismo, a democracia política, a racionalidade económica, o utilitarismo, o primado do direito, o cinema, a publicidade, a televisão, a internet, etc[5]”.
[4] Bauman in texto de conferência Outra vez bajo cero de Kevin Power proferido na Bienal de Lima, que inclui revisões que incorporam fragmentos do catálogo En Búsqueda de una ética, Valência 2001
[5] - Boaventura de Sousa Santos, Revista Crítica de Ciências Sociais, Lisboa, 22/08/02

Bruce Nauman

Ten Heads. Circle In and Out

Gerhard Richter

Passage
A imagem de uma coisa é uma representação parcial e contingente.
A imagem é codificada pelas idiossincrasias do sujeito e por quem a representou. A significação da obra só existe na sua comunicação ao sujeito, é este espaço que interessa. Um pouco como Duchamp fala do movimento das peças de xadrez.
first

terça-feira, maio 31, 2005

Leitura

Os livros são chatos de ler. Não há neles livre circulação. Somos convidados a seguir. O caminho está traçado, único.
Muito diferente é o quadro: imediato, total. À esquerda, também à direita, em profundidade, sem peias.
Nele não há um trajecto, há mil trajectos, e as pausas não são indicadas. Mal a gente o deseje, de novo o quadro todo, por inteiro. Num instante está ali tudo.
Tudo, mas nada ainda é conhecido. É aqui que se deve começar a LER.

Henri Michaux, p. 84, "Retiro pelo Risco"

As artes comprazem-se ainda muito nas suas servidões.
p. 86

terça-feira, maio 24, 2005


Título ProvisórioTítulo Provisório
As florestas são habitadas por espiritos naturais de vida longa. Permanecem, quanto mais se enraizam mais se fortalecem em altura. Precisam de outros seres para se completarem. Escolheram ser reis ao contrário dos Homens. “Colocados perante a escolha de se tornarem reis ou correios de reis, há maneira das crianças todos quiseram ser correios. É por isso que só há correios a correr o mundo, e como não há reis, gritam uns aos outros as novidades que [entretanto] se tornaram absurdas. Eles poriam um fim de boa vontade à sua miserável existência mas não o ousam por causa do juramento”. (1) Franz Kafka: “Diários”