domingo, setembro 25, 2005

Iraque

Sobre os recentes acontecimentos em Baçorá, o Tribunal de Bruxelas abriu uma página especial no seu site, reunindo vários artigos. Merece ser consultada e divulgada.
http://www.brusselstribunal.org/BritishBombers.htm
Resumo:
"Dois agentes secretos britânicos, disfarçados de árabes, foram presos em Baçorá pela polícia iraquiana. Antes de serem detidos, mataram dois desses polícias e feriram vários civis. Tinham um carro carregado com armas pessoais, explosivos, detonadores de controlo remoto e outros materiais usados em atentados à bomba. O governo iraquiano exigiu a sua libertação, mas o governo local de Baçorá recusou. Então, tropas britânicas em tanques assaltaram e demoliram a esquadra da polícia (onde afinal os agentes já não estavam); 150 presos aproveitaram para fugir. A população atacou os tanques com cocktails molotov e pedras; dois soldados britânicos ficaram feridos e cinco civis iraquianos foram mortos. Sucederam-se manifestações em Baçorá juntando população e polícias.
Vários observadores afirmam que a rebelião contra as tropas britânicas alastra no sul do Iraque. O governo de Tony Blair declarou que uma anunciada redução de tropas está posta de lado.
Sabe-se que os EUA e a GB, e também os serviços secretos israelitas, levam a cabo operações clandestinas que têm como alvos indivíduos isolados e população civil, sobretudo chiitas, visando inculpar a resistência. Com isso, alimentam um clima de caos permanente e divisões entre a população iraquiana que serve de justificação à permanência das suas tropas no Iraque e às operações militares contra as cidades dominadas pela resistência (Najaf, Faluja, Al-Qaim, Tal-Afar...). A resistência tem denunciado os atentados contra civis (por ex, o recente morticínio numa ponte de Bagdad, bombas contra multidões chiitas) como actos dessa guerra suja conduzida pelos ocupantes, sem que a imprensa ocidental lhe dê o devido crédito.
Os acontecimentos de Baçorá são uma prova de que essas denúncias têm fundamento.
Como dizia uma iraquiana presente no Tribunal Mundial sobre o Iraque, em Istambul, "Os iraquianos sabem quando um atentado vem do lado da resistência ou do lado dos ocupantes. A resistência não é estúpida, o seu objectivo é correr com as tropas ocupantes e para isso tem de ter o apoio de toda a população".
Quando voltarem as notícias de novos atentados contra civis, e os meios de comunicação os atribuírem a Al-Zarqaui ou à resistência ou aos sunitas, há que pensar duas vezes sobre quem realmente esteve por trás".

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