terça-feira, fevereiro 28, 2006



28 Fevereiro, Tondela

sábado, fevereiro 18, 2006

sábado, fevereiro 11, 2006

A olaria negra de Molelos em contexto expositivo

As sete olarias de cerâmica negra de Molelos mostram a diversidade de olhares sobre um vasto património. O olhar mais demorado permite encontrar características próprias de cada um dos oleiros, quer seja a forma, a cozedura, o barro ou a ornamentação; há todo um contexto que se torna diferenciador.
A escolha das peças que apresentamos em exposição procura enfatizar a vertente tradicional através de uma recolha de objectos que chegaram até a actualidade, bem como as novas abordagens, que vão desde a reinvenção destas formas até a uma linha mais experimental. Moringues, cantis, chaleiras, licoreiras, jarras, tachos de forno, padelas (utilizadas para confeccionar chanfana nos fornos a lenha), o ícone da olaria negra: a “Cantarinha do Segredo”, todo um universo de peças que foram transitando de geração em geração e se mantêm, ganhando novas “camadas” de sentido.
O espaço de galeria (cubo branco) é assumido como um invólucro para guardar objectos contemporâneos com várias camadas de história, ainda que estes objectos estejam habitualmente fora de circulação dos espaços “convencionais” das galerias e mais arrumados em feiras e mostras. O ponto de partida foi trabalhar as peças de cerâmica enquanto objectos de arte, sujeitos a codificações e lutas comuns a todas as artes visuais.
A circulação das obras foi outro aspecto tido como fundamental. Fazê-las chegar ao público, proporcionar uma vivência agradável de contacto com as suas especificidades, completar-lhe o sentido com a recepção. Mostrar este colectivo de objectos com as suas disposições, o diálogo entre as peças e os autores.
Pensar o artesanato como arte menor é passar ao lado da sua riqueza e complexidade, perdendo a oportunidade de viajar na história, nos lugares, na gastronomia.A olaria negra representa a sedentarização dos povos e responde à necessidade de criar objectos para a comunidade. Além de formas, são expressão e estruturas de troca entre comunidades. O oleiro, ao fixar-se num lugar, encontra no tempo respostas para objectos do dia a dia. Mais do que um comércio, a olaria negra é a continuação de um saber estruturado que nos permite conviver com um passado comum.
Vários artistas de várias épocas apuraram técnicas, contagiaram-se, evoluindo e aperfeiçoando-se.
Moldar uma matéria disforme da terra e conferir-lhe utilidade, beleza, é um processo impregnado de magia. Cada objecto, apesar de controlado, é irrepetível. O que são manchas de cozedura senão um processo em si mesmo, que confere às peças o seu estatuto único de acaso permitido. Há um fixar do tempo nas peças semelhante ao da fotografia, que anula o devir, cristalizando um ínfimo fragmento de realidade.
As olarias estão abertas à compra directa, estão bem identificadas e encontram-se facilmente em Molelos. Há também alguns restaurantes que servem em louça negra e confeccionam pratos em padelas, tachos e tabuleiros de olaria negra. Diz-se por estes lados que os alimentos ficam com um sabor diferente.

domingo, fevereiro 05, 2006

visto...
No blog http://esplanar.blogspot.com/ dois textos, um sobre o EPC e outro com as cenas de sexo do livro recentemente publicado por José Rodrigues dos Santos.
A crónica do VPV no Público de Domingo sobre "liberdade de imprensa".