quarta-feira, julho 16, 2008

Retrato do país real, descontando as imprecisões é revelador...

"Sargento da Força Aérea ameaça jovens de morte

Dois jovens residentes em Mosteiro de Fráguas, concelho de Tondela, dizem ter sido ameaçados de morte por um sargento da Força Aérea na reserva. Os jovens estavam acompanhados e apresentaram queixa na GNR, que já está a investigar o sucedido. O caso aconteceu na terça-feira e alguns habitantes da aldeia não escondem a revolta.

"Estávamos todos junto aos moinhos quando o homem, que ia a passar, vê o nosso grupo e a sobrinha a fumar. Virou-se para mim e acusou-me de andar a dar droga à sobrinha e que me ia matar", contou ao DN A. G., um dos dois jovens alegadamente ameaçados. Acto contínuo, o suspeito "continuou a andar e apareceu pouco tempo depois a brandir uma estaca e a dizer que me matava a mim e ao meu amigo", adiantou A. G.

O suspeito é um homem de 50 anos, sargento na reserva da Força Aérea e que antes prestava serviço na base de Monte Real (Leiria). Segundo se conta na aldeia, "ele é quezilento e pensou que a sobrinha estivesse a fumar droga. Ficou transtornado e brigão, mas nunca pensei que ele fosse buscar uma estaca para bater no rapaz", conta Manuel Carteiro, outro dos habitantes da aldeia que afiança ter assistido ao sucedido.

O grupo de amigos "estava nos moinhos, uma zona que eles limparam de mato e onde passam as tardes. Ficaram assustados, mas não ligaram. Só quando ele regressou com a estaca é que se aperceberam de que o homem estava a falar a sério", revelou Manuel Carteiro.

Manuel Gomes, morador na aldeia, conta: "Só o vimos a gritar para o deixarmos passar que ele matava-o." De acordo com este morador, "foi o irmão do suspeito e pai da rapariga que estava a fumar que lhe deitou a mão e o sossegou, porque senão tinha havido aqui uma desgraça da maneira como ele estava violento".

Os moradores não se conformam com o sucedido. António Coimbra afirmou ao DN que "estes jovens são bons rapazes. Não se metem na droga e o ano passado limparam as margens do rio e aproveitaram os moinhos". Os jovens acabaram por fundar uma associação e "passam agora as tardes de Verão ali. E algumas pessoas da aldeia pensam mal deles, quando tomáramos nós que fossem todos assim".

A. G. confessa que "anda assustado e pede-me para o levar a casa e tudo. Nunca mais andou sozinho", disse ao DN Eduardo M., proprietário de um café na zona. O jovem apresentou, entretanto, uma queixa na GNR, que apenas refere que "o caso está a ser investigado e em segredo de justiça"."
Amadeu Araújo

Notícia publicada no Diário de Notícias, a 14 /07/08

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